segunda-feira, 23 de abril de 2007

Manual para o pseudo-intelectual.


O problema central da fenomenologia ontológica da filatelia depende intrinsecamente da leitura sócio-biológica da numismática dos últimos tempos, posto que a apreensão noir do mundo que está fora do eu corrobora para a transcendentalidade universal da gravitação dos corpos. De qualquer forma, o abalo sísmico da metafísica acaba por derrocar na bancarrota do maniqueísmo, que por si só já estava destruído desde os tempos dos maneiristas. Ora, é justamente a concepção, apreensão e representação do mundo como vontade e representação minimalista que acaba por criar um caráter lúdico em toda a situação contemporânea.
Mas talvez a grande questão ainda não seja esta! O que pensar então da estética degenerada oriunda de um mimetismo pré-arcaico que desemboca no olhar estruturalista foucaultiano da realidade supra-sensível do ser? Antes de tudo, é preciso explicar claramente as relações do ser para consigo e do ser com o ente e deste com ele mesmo. Como é possível pensar o ente do ser e o ser do ente? Aí então temos necessariamente uma questão heideggeriana da análise do dasein, ou ser-aí, e sua relação capital com a pós-modernidade, o que fica bastante perceptível no neo-realismo italiano. E se pensarmos no universo onírico das produções, temos assim uma clara justificativa, tanto para a música dodecafônica quanto para a costumeira utilização do plano-seqüência em novos filmes.
E ainda por tratar de música, vemos que o surgimento da música atonal está pautado evidentemente na transição entre a arte simbolista e a art nouveau, movimento tipicamente francês. Temos aí nesse mesmo tempo, duas vertentes no âmbito da inovação da literatura, quais sejam o fluxo de consciência que advém de uma nova leitura dos juízos analíticos e ainda o monólogo interior que tem como raiz inalienável os juízos sintéticos, sejam eles a priori ou a posteriori. Mas é lógico que isso não surge do nada, até porque aí voltamos aos problemas existenciais do século XX; temos então uma dialética que explica todas as formas e as múltiplas facetas das vanguardas artísticas, onde o ponto central, traçado pelos críticos eminentes da época, culmina em uma utilização hollywoodiana da escala pentatônica que acaba por explodir na geração beat.
Também é bastante importante ressaltar a compreensão nietzscheana da escala cromática utilizada de forma exaustiva no rock progressivo inglês, o que dá livre curso para o surgimento do expressionismo abstrato nos Estados Unidos assim como o surgimento do concretismo de primeira e segunda geração aqui no Brasil. Mas, ainda é bastante notável a relação do glam rock com o ultra-romantismo do século XIX, que, se fizermos uma genealogia, encontraremos suas raízes mais profundas nas arquiteturas góticas medievais, na lascividade dos bárbaros – em especial os visigodos –, e ainda na mitologia grega, na figura especial de Cronos, ou Saturno para os romanos. Tudo isso, é claro, nos remete a noção existencial pós-sartreana da essência da vida depois da derrocada da União Soviética, o que ainda sugere, nos tempos modernos, uma compreensão da absurdidade da vida, que já está presente tanto no período rococó, como no cinema mudo e ainda mais no universo kafkiano-lynchiano que só é superado pelas HQ’s underground que se valem apenas um pouquinho do mangá, ao melhor estilo Lago dos Cisnes.
No mais, crê-se que, desta forma, o problema central do texto – a filatelia e a numismática – tenha sido resolvido, assim como todos os problemas que são necessariamente da natureza humana e que são impossíveis de não se tratar.
agosto de 2005.
Do nome, do próprio, que no fim é quase o mesmo.

O sujeito, de ler Aristóteles, acaba tendo o costume de querer definir as coisas. Talvez não só com o velho Estagirita, mas sim com toda a filosofia, enfim...
Portanto, a razão deste primeiro aqui é explicar o porquê do porque é.
Fora pra ser Louco Diamante, o que faz menção à música do Floyd e ao velho e bom Syd... Também cogitara Overlook Hotel, o lugar tão hospitaleiro onde se passa O Iluminado e que deixa o grande Jack (Nicholson ou Torrance) a vontade para escrever a mesma ladainha. Sim, porque aqui será uma sempre e mesma ladainha, que é o que se faz desde os tempo de Hesíodo...
Aí pensou-se em Fim de Partida, que remete à cracatua fumante, ou Samuel Beckett, a quem é tão cara a ladainha literária e a necessidade dessa mesma, nem que seja para passar o tempo enquanto tempo ainda nao se consome.
Forjou-se até Um Cigarro, que seria mesmo como que marcação de tempo para permanência dos olhos por estas páginas...
E então, lembrou-se de Supérfluo e Estróina, que tem ligação com o homem-supérfluo russo do final do século XIX, tratado por Turgueniev e personagens estróinas tratados por ele mesmo, que, nos idos de 2005 fora pensado como título aglutinador de três contos longos ou romances curtos, mas que não vingou.
Vinga, portanto, agora, com a aglutinação de tudo o que foi e virá...